Economia

Economia com folga menor deve levar Selic a 13,75%, diz BRAM

06 jun 2022, 21:17 - atualizado em 06 jun 2022, 21:17
Banco Central, juros, selic, copom
“O BC estima que há capacidade ociosa grande da economia e o que a gente aqui discute é que, talvez, esse hiato não seja tão grande” (Imagem: Banco Central/Antônio Cruz)

Apesar da frustração com o PIB do primeiro trimestre, indicadores de alta frequência mostram uma atividade acima do previsto, o que deve fazer o Banco Central elevar a Selic para 13,75% em agosto, diz Marcelo Toledo, economista-chefe da Bradesco (BBDC4) Asset Management, em entrevista.

Segundo Toledo, os núcleos de inflação, medidas que suavizam os efeitos de itens voláteis como alimentos e energia, estão em patamares acima do que seria esperado caso a economia estivesse com um hiato do produto, variável estimada para avaliar a ociosidade da economia, “razoável”.

“O BC estima que há capacidade ociosa grande da economia e o que a gente aqui discute é que, talvez, esse hiato não seja tão grande”, diz Toledo. “Provavelmente, ele é muito menor do que os modelos usuais estimam.”

No Relatório Trimestral de Inflação publicado em março, a autoridade monetária estimava um hiato de -1,8% para o primeiro trimestre de 2022.

Diante dos dados mais recentes de atividade, Toledo afirma que o nível de utilização da capacidade instalada da indústria está levemente acima da média histórica, o que indica que não há folga no setor.

Sobre o mercado de trabalho, o economista da BRAM cita a robusta geração de vagas e o aumento dos rendimentos nominais alinhados à inflação, além de queda bastante significativa da taxa de desemprego.

“Isso coloca uma visão para a política monetária de que o BC precisa continuar subindo juros, pois o ponto de partida da economia é mais forte do que ele estima que seria compatível com uma rápida desinflação”, afirma Toledo, prevendo mais duas altas de 0,5 ponto percentual nas reuniões de junho e agosto do Copom.

A BRAM trabalha com um cenário em que a inflação de bens deve desacelerar com mais força a partir do segundo semestre, com demanda menor e câmbio mais apreciado.

“Mas a inflação de serviços deve ainda permanecer em patamar bastante alto, até o efeito da política monetária ser transmitido para a atividade, e devemos colher os frutos de arrefecimento em 2023”, diz.

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